Pages

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Esquizofrenia?

É terça-feira. O despertador toca. O coração se acelera com o barulho alto e estridente e em um susto ela abre os olhos, coloca a mão sobre o celular e o desliga. Ela se levanta, olhando para os lados, lembrando da noite passada, que custou para pegar no sono, e procurando por algum barulho. Abre a porta e verifica se há alguém em sua casa, o que é muito pouco provável, mas ela não pensa muito nisso.
Depois de se trocar lentamente, vai até o banheiro e começa as seguir seu cronograma matinal. Primeiro o cabelo, em segundo o café da manhã, que não é um café da manhã, mas apenas uma barra de cereal e um suco com gosto duvidoso da geladeira, depois os dentes e a maquiagem, mas tudo feito com certa desconfiança.
Ela pega sua bolsa, enfia de qualquer jeito seu mp4 por baixo de seu moletom e sai olhando novamente para os lados. O céu está roxo, uma cor nunca vista antes no céu, mais um motivo para aumentar sua insegurança, mas ela segue para a escola mesmo assim. Coloca seus fones de ouvido e põe uma música bem calma, quando vê uma caminhonete preta estacionando e o motorista, um homem feio e com rosto deformado, olhando em sua direção para seu desespero. Puxa o capuz de seu moletom e o coloca sobre a cabeça, ela tenta se distrair com a música. Nada. Continua desconfiada e de repente começa pensar: ’’Aquele homem está me seguindo, ele não pode me ver, vou andar mais rápido. Não. Pára. Até parece que ele está me seguindo, que coisa idiota de se pensar, coisa de esquizofrênico!Esquizofrênico?Ai meu Deus!Será que estou ficando esquizofrênica?Será que eu tenho isso?Não, não. É coisa da minha cabeça. É loucura minha!Loucura?Esquizofrenia é uma loucura!Não. Não. Não. Respira, você não tem esquizofrenia, é coisa da sua cabeça!Rá. Que bobeira!Eu?Esquizofrênica?Eu nem tenho idade para ter sintomas!Rá, só que para pensar isso mesmo. Ah. Até que enfim cheguei no colégio!’’
Ela entra como se nada estivesse acontecendo em sua mente e passou a manhã normalmente, mas um pouco desconfortável. Seu dia passou rápido e a noite chega junto com sua mãe que lhe traz comida.
Internet. Televisão. Música. E chega a hora de levar o lixo para fora. Desespero. Seu coração pula e ela sai com as mãos cheias, ’’Cheias demais’’, pensa ela.
‘’Está escuro’’, fala para si mesma. Ao deixar rapidamente os lixos, volta correndo à sua casa. ’’Ufa!Segurança’’, pensa seguindo para o banheiro. Durante o banho, várias idéias pipocam em sua cabeça. Termina rapidamente. Segue para seu quarto e continua escrevendo suas crônicas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo comentário! Bjoos s2